História

DADOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO:

 

No ano de 1.875, O Sr. Porfirio Alberto de Freitas, natural de Formiga MG, casado com Lima Serafim Ribeiro, vieram a passeio pela primeira vez a esta região, juntamente com seu cunhado o Sr. José Serafim Ribeiro. Após terem conhecido a região, o Sr. Porfirio Alberto de Freitas, juntamente com sua esposa, fixaram residência na margem esquerda do Córrego Jaraguá, junto à barra do Córrego Faia, denominando o local de Fazenda Estiva. (Atualmente denominado Jaraguari Velho).

No ano de 1909, o Sr. Porfirio Alberto de Freitas estava bastante doente e ordenou a seu genro o Sr. José Thomaz Barbosa, que encabeçasse um movimento para criação do Patrimônio do Divino Espirito Santo. Como naquela época, a palavra empenhada (dita) era documento, o Sr. Porfirio Alberto de Freitas, doou verbalmente, parte de sua fazenda para formação do referido patrimônio, dentro dos seguintes limites: Partindo da barra do Córrego Faia com o Córrego Jaraguá e, este córrego acima até a sua primeira volta, daí seguindo em linha reta até a próxima cabeceira do córrego Matinha, dai em linha reta até o ponto localizado à aproximadamente 4000 (quatro mil) metros acima da foz do Córrego Faia com o Córrego Jaraguá, cuja linha cortou o Córrego Buriti acima da barra com o Córrego Jaraguá, aproximadamente 1.500 (um mil e quinhentos) metros.

                E dando prosseguimento ao que lhe ordenara o seu sogro, o Sr. José Thomas Barbosa, formou uma comissão, composta pelos seguintes vizinhos: José Rodrigues Ferreira, Domingos Rodrigues Ferreira, Pedro Rodrigues Ferreira, e Fortunato Naves de Miranda.

Formada a comissão, foram até a residência do Sr. Porfirio Alberto de Freitas, dar-lhe ciência do fato e buscar novas orientações, sendo que em assembléia, resolveram incluir uma área devoluta, ao norte, como porte integrante do referido Patrimônio dentro dos seguintes limites: a partir do ponto já descrito no Córrego Faia, margem direita, até além da sua cabeceira, num espigão e deste ponto à cabeceira do Córrego Jatobá e por este abaixo, margem esquerda, até à fazenda do Sr. José Serafim Ribeiro e deste ponto seguindo em linha reta até o Córrego Da Capoeira, que atualmente é o Córrego São Bento, e de um ponto próximo à sua cabeceira em linha reta até a volta do Córrego Jaraguá, ponto da primeira delimitação.

Como este fato teria que ser comunicado a Autoridade Governamental, o Sr. José Thomaz Barbosa, achou ser oportuno delimitar de antemão os limites para formação de um futuro distrito de paz, sugerindo os seguintes limites: a partir da cabeceira mais alta do Riacho Botas, no lugar onde hoje se chama Maracujá, descendo Botas abaixo da margem esquerda até a barra com o Rio Pardo e acima passando pela desembocadura do Córrego Agua Vermelha, até à cabeceira do Capim Branco e dai pela divisão das águas do Rio Coxim e Aquidauana até a cabeceira da Água Limpa e por esta seguindo abaixo, na margem esquerda, até formar o Riacho Fala Verdade e por este abaixo, margem esquerda, até a desembocadura do Ribeirão Barreirão, formadores do Rio Aquidauana, e seguindo abaixo por este rio, até à barra do Ceroula e deste acima, margem direita, até a sua mais alta cabeceira e, dai, em linha reta até a cabeceira do Rio Botas, ponto de partida.

                Todos esses fatos foram lavrados em ata, cujo escrivão fora o Sr. Domingos Rodrigues Ferreira, contendo as assinaturas dos referidos membros e posteriormente encaminhados em Janeiro de 1.909 ao intendente, o Sr. Manoel Inácio de Souza, do Município de Campo Grande, solicitando que fosse enviado ao Governo de Mato Grosso, em Cuiabá.

Consta que tal documento foi muito bem recebido em Cuiabá, sendo imediatamente oficializada a vila de Jaraguari, dentro dos limites propostos e confirmados oficialmente no ano de 1.917, pelo Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo, nomeado pelo Governador de Mato Grosso para também estabelecer o traçado urbano da vila. Tem-se essa comissão chefiada pelo Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo, foi hospede do Sr. José Thomaz Barbosa, na Fazenda Cabeceira do Jaraguá, propriedade deste, o qual também auxiliou do principio ao fim nos trabalhos dos envolvidos nas tarefas topográficas.

Nessa área compreendida entre os Córrego Jaraguá e Córrego Faia, formadores do Marimbondo construiu-se, então, a primeira casa de residência, pertencente à Dona Maria Praxedes, e os primeiros comerciantes da localidade foram os Senhores Manoel Senhorinha e José Simão de Lima. A primeira missa foi celebrada em um galpão coberto de palha, pelo padre Mariano, muito estimado na região, onde era conhecido pela alcunha de “Formigão”. No ano de 1923 surgia a primeira capela do Senhor Divino Espírito Santo, construída de madeira e coberta de palha, e no dia 22 de agosto de 1930 um incêndio destruiu a capela do Senhor Divino Espírito Santo.

Em 1920, foi criada e instalada a Agência Postal que ficou a cargo de D. Etelvina de Mello Faria. No dia 5 de junho de 1925, data em que foram incendiadas as instalações da Agência Postal, pelos componentes da famosa Coluna Prestes, remanescentes da revolução de 1924, que, naquele dia invadiram a então vila de Jaraguari.

A Resolução estadual n.º 856, de 7 de novembro de 1921, criou o Distrito de Paz de Jaraguari, no município de Campo Grande, e autorizou o Poder Executivo a reservar nos lugares que mais se prestassem à lavoura, uma área de 3.600 hectares de terras devolutas, destinadas à colonização, além das já reservadas para o rocio do Patrimônio. O novo distrito instalado em princípios de 1922 teve como seu primeiro Juiz de Paz o Senhor José Tomaz Barbosa, goiano de Mineiros; sucedido posteriormente por Inocêncio Sette e mais tarde por Antônio Nogueira Tolentino, sendo que para Escrivão de Paz foi nomeado Francisco Pereira Lima, que exerceu essa função até 1942, quando passou o cargo ao Senhor José Lorentz da Rosa. Continuava, assim, progredindo a vila de Jaraguari que chegou a constituir, em 1928, importante centro comercial. Sendo 08 grandes estabelecimentos mercantis, destacando-se, entre eles, o da firma Izidoro Teodoro de Faria.

Pelo Decreto n.º 898, de 18 de janeiro de 1930, o Governo do Estado reservou no lugar denominado Cervinho uma área de 8.702 hectares de terras para colonização, área essa que serviu para a Prefeitura Municipal de Campo Grande iniciar o

 loteamento do que chamou Colônia Bandeirante, a mais ou menos 24 quilômetros da vila de Jaraguari e a 72 quilômetros de Campo Grande, constituindo hoje, um desenvolvido núcleo de povoação com um bom coeficiente de produção agrícola.

Mais tarde colonos japoneses formaram mais uma colônia agrícola, com predominância de café denominada de Colônia Japonesa, localizada em Campo Grande, aderiu por comprar, do Sr. José Paes de Faria, grande parte da Fazenda Bom Fim, fundando a Colônia Japonesa, atualmente transformada no Distrito de Bom Fim, grande centro de produção agrícola, notadamente o café.

No quadro fixado para vigorar no período de 1949/1953, o Distrito de Jaraguari permanece no município de Campo Grande, sendo elevado à

 categoria de município com a denominação de Jaraguari, pela Lei Estadual n.º 692, de 11/12/1953, desmembrando de Campo Grande. Sede no antigo Jaraguari, constituído do Distrito Sede, instalado em 18/01/1954. Pela Lei

 estadual n.º 671, de 11/12/1953, é criado o Distrito de Bom Fim e incorporado ao município de Jaraguari e pela Lei estadual nº 1128, de 17/11/1958, é criado o Distrito de Bandeirantes e incorporado ao município de Jaraguari.

O município foi criado pela lei 692, de 12 de dezembro de 1953. Sobre a justificativa do nome, existem duas correntes para definir Jaraguari que seriam: Os pioneiros vieram de Araguari- MG que ao fundar o município homenagearam a sua cidade natal, acrescentando a letra J+ Araguari e a outra seria: Jaraguá, nome de capim para pasto e dado ao córrego que nasce dentro do município mais RI que seria a última sílaba de Araguari = JARAGUA+RI.

Recém-criado, o novo município foi solenemente instalado a 18 de janeiro de 1954, sob a presidência do Dr. Vicente João Maurano, Juiz de Direito da 2.ª Vara da comarca de Campo Grande, que, nessa ocasião, tomou o compromisso do Senhor Manoel Ribeiro de Oliveira, Juiz de Paz do extinto distrito, sendo que por força de lei, o Sr. Manoel Ribeiro de Oliveira veio a ser o seu primeiro Prefeito Municipal. Em 31 de janeiro de 1955, instalou-se a Câmara Municipal, formada pelos seguintes vereadores:

  • Otaviano Pereira Martins (Presidente),

  • José de Souza (Secretário),

  • Antônio Pereira de Souza,

  • Orlando de Oliveira Franco

  • América José de Souza,

Dando posse ao novo Prefeito Municipal, Sr. José Antônio de Souza e ao Vice-Prefeito Municipal o Sr. Alencastro Tinoco.

A atual sede do município de Jaraguari teve anteriormente a denominação de Distrito de Jatobá, e sua história deu início com o Sr. José Serafim Ribeiro e sua esposa Jerônima Inácia de Jesus fixaram residência à margem esquerda do Riacho Jatobá, que fica acima da barra do Córrego Matinha e, segundo consta, foi o Visconde

 de Taunay, por volta de 1870 quando transitava por aquela região, quem deu o nome a estes córregos.

 

LIMITES DO MUNICÍPIO:

 

Tem-se que os limites do município de Jaraguari – MS começam na confluência dos córregos Campo Alegre e Mateiro, Formadores do Ribeirão Angico, na divisa do município de Rochedo com Campo Grande, até a cabeceira do Córrego Mateira e daí por uma linha reta até a cabeceira do Córrego Estaca. Margeando este córrego do lado esquerdo abaixo, passando defronte à desembocadura do Córrego Agua Turva, na divisa de Campo Grande com Ribas do Rio Pardo até a confluência com o Riacho Botas.

Depois seguindo pelo Riacho Botas abaixo, pela sua margem esquerda até a foz do Ribeirão Cervo, no Município de Ribas do Rio Pardo. Segue pelo Ribeirão Cervo acima, na margem direita, até à confluência dos Córregos Cachoeira e Lagoa. Segue pelo Córrego Lagoa acima na margem direita até à confluência do Córrego Matinha com o Córrego Ronda, que são os formadores do Córrego Lagoa. Seguindo pelo Córrego Ronda acima na margem direita, até a cabeceira, junto à rodovia BR – 163 e dai seguindo por uma linha reta, passa pela cabeceira do Córrego Três Lagoas até chegar a serra e por esta serra até a cabeceira do Córrego Vermelho, hoje denominado Baeta, na divisa dos municípios de Bandeirante e Rochedo. Em seguida desce Baeta abaixo, em sua margem esquerda, até a sua barra com o Ribeirão Jatobá e dai por uma linha reta, até a confluência doas Córregos Campo Alegre e Mateira, formadores do Ribeirão Angico e divisa dos Municípios de Rochedo e Campo Grande – MS.

Estes limites estão consolidados na Lei Estadual nº 370,  de 31 de julho de 1.954, publicado no Diário Oficial Do Estado De Mato Grosso de 13 de agosto de 1.954 e, posterior, pela Lei nº 1.947, de 11 de setembro de 1.963, cujo traçado atual encontra-se inserido no Mapa Oficial do Município, elaborado pelo IBGE em 1.979.

 

RESUMO JURÍDICO DO MUNICIPIO DE JARAGUARI – MS

 

Elevado a distrito de Campo Grande, pela Resolução Governamental nº 856, de 07 de novembro de 1.921.

  • Elevado à categoria de Município pela Lei nº 292, de 12 de dezembro 1.953, com vigência a partir de 01 janeiro de 1.954;

  • Teve seus limites modificados pela Lei nº 370, de 31 de julho de 1.954;

  • Cedeu parte do seu território para formação do Município de Bandeirantes, que foi criado pela Lei nº1. 947 de 11 de novembro de 1.963;

  • Pela Lei Municipal nº 04, de 26 de setembro de 1.959, o então prefeito municipal de Jaraguari, o Sr. Joaquim Luiz Da Rocha, transferiu a sede do Município para o agrupamento populacional, que fica a margem da BR - 163 – local denominado Jatobá, exatamente onde o pioneiro José Serafim Ribeiro, cunhado de Porfirio Alberto de Freitas construiu sua morada no ano de 1.875 e residiu com a sua família até o ano de 1932, quando veio a falecer, deixando numerosa família.

 

FONTES DE INFORMAÇÕES:

Texto adaptado da pesquisa do Adv. Vespasiano Inácio Ferreira, filho de Candor Ferreira de Souza e Bárbara Inácia de Souza, neto de José Serafim Ribeiro e José Thomaz Barbosa e Bisneto de Porfirio Alberto de Freitas.

 

AsseComCMJ